quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Borboleta ..... pra sempre no nosso coração



Desde pequena, sempre aprendi com a minha avó que a borboleta preta era o meu avô que vinha nos visitar. Então, não podiamos espantar, nem maltratar, muito menos matar a borboleta .... Nunca conheci o meu avô, mas ele sempre esteve presente na minha vida ... me ajudava nas minhas provas, me ajudou a entrar na faculdade, me ajudou a sair da faculdade, segurou a minha mão nos vários concursos que participei.

A medida que cresci, a frescura natural das mulheres frente a bichinhos asquerosos chegou .... e eu tenho pânico de qualquer ser que se mexe .... lagartixas, besouros, grilos, pererecas .... menos da borboleta preta .... cresci com ela no meu coração, acreditando que era o ditian que nos visitava ...

Ontem, eu estava melancólica .... talvez por todas estas lembranças de final de ano, talvez por esta felicidade meio forçada que todos se obrigam a sentir no Natal .... talvez só saudade da minha mãe.
Estava muito cansada, com muito calor, sem paciência .... de saco cheio do meu marido, que fez o favor de quebrar o braço na festa da empresa. Além de virar a motorista da família, ainda tenho que aturar o mal humor do sujeito .... crises da relação que nos faz pensar 'foi pra isso que eu me casei?'

Dormi mal a noite, acordei mal de manhã ... ainda tinha que ir trabalhar, mas cadê a disposição?
Ainda tinha que levar o marido no médico, pra certificar se tinha quebrado o osso ou não ... cadê a paciência?
Ainda tinha que fazer compras no supermercado, porque agora sou a única que dirijo em casa ... cadê a energia?

Levantei da cama, como numa obrigação, tentando me convencer de que se eu fizesse tudo rapidinho, poderia descansar a noite ....

E quando desço pra tomar café, as crianças gritam com a borboleta preta que está voando dentro de casa ... assustada, ela vem pra perto de mim.
Tive certeza de que era a minha mãe .... me dizendo que era preciso paciência. Lembrando que tudo na vida é reflexo do nosso astral .... e se a gente jogar mal humor pra fora, só pode receber de volta o mal humor multiplicado.
Era como se a ouvisse dizendo que eu tinha que ter paciência com o meu marido .... nem tudo são flores o tempo todo, 'e você pensa que é fácil manter um casamento por 50 anos?' .... ela me diria com certeza.
Sentir a presença dela tão perto me fez pensar em como ela sempre me ensinou a ser feliz .... a agradecer as pequenas felicidades, sem ficar reclamando do que não está bom, e olhar as coisas boas da vida.

E mais uma vez, numa lição de vida aprendida com a minha mãe, levanto e olho para o encanto da minha família .... o braço do Zé continua quebrado, as crianças continuam gritando pela casa, os brinquedos continuam espalhados pelo chão, e a geladeira continua vazia esperando as compras do supermercado ... mas aquela simples borboleta me abriu os olhos para a perfeição ao meu redor ....

É, mãe ... você continua me dando broncas quando eu amoleço ... e eu agradeço com todas as minhas forças por isso ... você será eternamente lembrada em nossos corações ... e pela borboleta, que saiu pela janela e foi pousar perto de alguém que está precisando sentir um pouco de paz no coração.

Beijo ... e feliz 2013 para todos nós!

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