domingo, 9 de outubro de 2011

Ciclo da vida ... como se acostumar?




Depois de muitos pedidos da Nat, fiz yakisoba hoje ... receita da mamãe, lógico!
Enquanto eu picava os legumes, lembranças e memórias tomavam conta da minha cabeça ... e das minhas lágrimas!
Lembranças da mamãe na cozinha, picando os mesmos legumes .. e eu sentada no banquinho, enchendo-a de conversas .... ou lembranças dela no kaikan, eu chegando e dizendo que queria o yakisoba, mas tinha que ser o dela, porque não queria nenhum yakisoba preparado por outras mãos ....

Mãe, hoje em algum lugar do paraíso ou de onde você estiver, você deve estar dando risada quando ouve a Nat dizendo, depois de comer yakisoba em algum restaurante, "ai que vontade comer o yakisoba da mamãe ....".
Lembro claramente quando você me proibiu de comer yakisoba fora de casa, porque eu dava mais trabalho ainda pedindo pra você fazer o SEU yakisoba.
Pois é ... parece que a Nat aprendeu esta lição ... sofro do mesmo mal agora ... não sei se dou risada, ou se também a proíbo de comer yakisoba fora de casa.

E hoje, no meio das minhas lágrimas e lembranças, senti doer mais uma vez a dura realidade de ter que aceitar o ciclo da vida ... uns terminam suas missões neste mundo e se alçam para novas missões ... e nós, que ficamos aqui pra terminar nossa missão neste mundo, temos que nos acostumar a viver sem aqueles que nos deixam ... nos alegrando com a chegada de novos membros na família, e nos acostumando a viver sem o abraço dos que nos deixaram.

Difícil aceitar isso ... nosso egoísmo é grande demais para simplesmente aceitarmos isso.
Saudade ... dói demais ainda a saudade ... falta da minha mãe e falta do Alexandre ainda dói demais ... pensar que nunca mais poderei abraçá-los, que nunca mais ouvirei suas vozes e seus conselhos.
As lágrimas não param de correr ... a dor se instaura no meu coração ... e o que me acalma é o abraço forte e sincero das crianças ... abraçar a Nat e o Ti acalmam meu coração ... como algo que me diz que a vida se recicla no amor destas crianças ... é como se o amor da minha mãe se revivesse no amor que se instaura no meu coração pelos meus filhos.
Também é assim quando eu vejo o Caio e a Nina ... é como seu minha amizade pelo Alexandre se renovasse cada vez que os pego no meu colo.

Pois é ... o Felipe está a caminho, a Manu enche nossos dias de alegria.
Nesta felicidade vivida com as novas vidas que chegam a este mundo, rindo das gracinhas da Nat e do Ti, vamos vivendo nossas vidas sem a batian, na esperança de nos acostumar a viver sem ela, aceitando o novo ciclo de vida, e tentando entender porque pessoas nos deixam, limpando as lágrimas e vivendo um dia de cada vez, orando diariamente para que eles, mamãe e Alexandre, estejam evoluindo em suas novas vidas a cada dia, e que nos protejam de onde quer que estejam.

Mamãe, Alexandre, recebam minhas orações e continuem iluminando nossas vidas.
Aqui da Terra, eu prometo continuar lutando diariamente por um mundo melhor para nossos filhos, com a lembrança de suas memórias e tentando aprender a viver sem vocês.
Suas vidas certamente deixaram um legado ... e no meio de saudades, tento viver este legado, com a certeza de que vocês continuam vivos em meu coração.....

Um comentário:

  1. Rose, parei de ler no segundo parágrafo.... lágrimas (com direito a conjuntivite num dia de afastamento do trabalho).

    O que mais emocionou que também perdi meu pai há muitos anos e, quando lavo e corto cada fruta que dou para minhas filhas lembro dele. Quando como cada vegetal e verdura, também lembro dele. E, a dor diminuiu depois de quase 20 anos sem ele, mas tem dias que ela aumenta e sinto ele do meu lado.

    Meu pai foi realmente meu herói, com muito orgulho.

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